Assim, manchetes são incompatíveis com os textos que vem em seguida, argumentos ambíguos são usados para convencer o inexplicável e a massificação da informação é comumente aplicada para transformar o absurdo em premissa. Quando se universaliza o discurso para produzir o desejado, quando a mentira se repete até que pareça verossímil... a verdade passa a ter dono e a história milhões de vítimas fatais.
Vamos a um exemplo prático. Leia esta matéria da agência de notícias Reuters, difundida para vários sites e jornais espalhados pelo mundo:
Ao espalhar folhetos alertando para ações militares naquela região, Israel está ameaçando ou prevenindo ? Algum outro país em guerra avisaria previamente aonde vai atacar ? Mas a mídia transforma o alerta em ameaça, a prevenção em genocídio.
Outra observação: o texto do folheto, escrito por Israel em árabe (para que não haja dificuldade na leitura ou eventual erro de interpretação), cita "túneis e arsenais dos terroristas". Claro, a guerra é contra o terror, não é contra o povo palestino. Então porque, embaixo, o texto da reportagem diz que "a tropa de infantaria trocou tiros com palestinos" ? Palestinos são civis; terroristas é que são alvos. Palestinos civis não tem armas. Ou tem ?
Outro exemplo, agora de outra agência de notícia internacional, a Efe:
Se você verificar apenas a manchete da notícia, Israel será percebido como um país preconceituoso e ditatorial. Mas, ao ler o texto, verá que os árabes em questão pretendem disputar eleições em um país que - inacreditavelmente - eles mesmos não reconhecem como Estado, apesar de morarem lá. Quanta hipocrisia !!!
"Hoje a opinião mundial chora por Anne Frank.
Mas a opinião mundial não a salvou"
Daniel Finkelstein, editor do jornal londrino "The Times"
Em seu artigo "A opinião mundial não nos salvará", Daniel Finkelstein, editor do jornal londrino "The Times", afirmou: "Enquanto o Irã obtém uma arma nuclear e, com isso, o potencial de desencadear outro Holocausto contra os judeus, e a opinião mundial não faz nada, não estou tão certo de que os equívocos da opinião mundial sejam assim tão preferíveis aos de Israel".
O que fazer então ? Duas alternativas, ambas a longo prazo, envolvem a conscientização. A primeira, interna: a comunidade judaica precisa estar preparada culturalmente. É ter a capacidade de analisar as entrelinhas, de avaliar os bastidores, de entender o porquê, de questionar sempre o que lê, ouve ou assiste. É estar preparada para usar a inteligência, não apenas para proteger vidas físicas, mas também para preservar a imagem moral.
Paralelamente, precisamos "trabalhar" a mídia. Não esporádica e isoladamente, mas organizada e diariamente, transformando o convencimento em educação, o favor em argumentos lógicos, de forma a mostrar a importância de se retratar "o outro lado". Assim, a pluralidade de opiniões certamente virá atrelada à palavra democracia, embutindo o conceito de justiça, o nosso primeiro objetivo, e posteriormente à paz, nosso eterno desejo.
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