A novela A Favorita terminou, como sempre acontece, com alta audiência nas últimas semanas, movida a mortes e suspenses. Mas a súbita ingenuidade de Flora não convenceu, até porque durante nove meses ela jamais manifestou um segundo de nostalgia. Isso sem falar no exagero das soluções banais, como as inúmeras conversas entreouvidas na reta final. Outro problema foi a irregularidade de atuações. Patrícia Pillar, Ary Fontoura, Cauã Reymond, Lília Cabral e Paula Burlamaqui seguraram as melhores cenas, enquanto os outros patinavam e alguns como Chico Diaz eram subaproveitados. O mais grave foi o destino dado à personagem de Helena Ranaldi; só faltou gravarem nela um “A” de adúltera como no romance de Nathaniel Hawthorne sobre os tempos puritanos. Esse moralismo, com tintas de melodrama latino-americano, nada acrescentou.
Boa parte dos problemas deriva da duração das novelas, mas dizem que ela precisa dos 180 capítulos para dar lucro. E programas bem mais curtos, como a série Maysa, de nove episódios, cujo horário ajudou a fazer o sucesso, não garantiram menos conversa fiada e forçada...
("Teatro moral", por Daniel Piza) Foto:Roberto Teixeira / Photo Rio News
sábado, 17 de janeiro de 2009
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