Como uma regra, a lei judaica não atribui valores relativos para diferentes vidas. Portanto, a maioria dos poskim (Rabinos qualificados para decidir assuntos da lei judaica) proíbe o aborto em casos de anormalidades ou deformidades encontradas num feto. O Rabino Moshe Feinstein, um dos maiores poskim do século passado, determina que até a amniocentese é proibida se for utilizada somente para avaliar defeitos de nascimento para permitir aos pais solicitarem um aborto. Todavia, um teste pode ser feito se uma atitude permitida resultar dele, como a amniocentese ou o exame dos níveis das proteínas-alfa do feto para uma melhor administração médica antes e depois do parto.
Enquanto a maioria dos poskim proíbe o aborto de "fetos defeituosos", o Rabino Eliezar Yehuda Waldenberg é uma notável exceção. O rabino Waldenberg permite o aborto de um feto, no primeiro trimestre, que nasceria com uma deformidade que o faria sofrer, bem como o aborto de um feto com um defeito letal, como o Tay-Sachs, até o sétimo mês de gestação(14). Os peritos rabínicos também discutem se o aborto é permitido para mães com rubéola e bebês com pré-natal que confirmam a Síndrome de Down.
Há diferença de opinião relativa ao aborto por adultério ou em outros casos de fecundação por relação sexual com alguém proibido pela Bíblia. Em casos de estupro e incesto, a questão essencial seria o estado emocional exato da mãe para levar o feto a termo. Em casos de estupro, o Rabino Shlomo Zalman Aurbach permite à mulher usar métodos que previnam a gravidez depois da relação(15). A mesma análise usada em outros casos de danos emocionais poderia ser aplicada aqui. Já os casos de adultério exigem considerações adicionais no debate, com decisões judiciais variando entre proibição de abortar até a mitzvá de fazê-lo.(16)
Tratei de expor aqui a essência da abordagem judaica tradicional para o aborto. Contudo, cada caso é único e especial e os parâmetros que determinam a permissão do aborto dentro da halachá são sutis e complexos. É crucial lembrar que, em face de um paciente real, uma competente autoridade haláchica deve ser consultada em todos os casos.
texto enviado via Facebook pela Árvore Judaíca a título de informação básica, como o próprio diz: a essência da abordagem judaica tradicional para o aborto
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
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